domingo, 6 de novembro de 2011


20 ANOS CEGO
Há muito tempo atrás, um casal de idosos que não tinham filhos, morava em
uma casinha humilde de madeira, tinham uma vida muito tranquila, alegre, e ambos se
amavam muito.
Eram felizes. Até que um dia...
Aconteceu um acidente com a senhora.
Ela estava trabalhando em sua casa
quando começa a pegar fogo na cozinha
e as chamas atingem todo o seu corpo.
O esposo acorda assustado com os gritos e vai a sua

procura, quando a vê coberta pelas chamas e

imediatamente tenta ajudá-la.
O fogo também atinge seus braços e,
mesmo em chamas,
consegue apagar o fogo.
Quando chegaram os bombeiros
já não havia muito da casa,
apenas uma parte, toda destruída.
Levaram rapidamente o casal para o hospital mais próximo,
onde foram internados em estado grave
Após algum tempo
aquele senhor menos atingido pelo fogo
saiu da UTI e foi ao encontro de sua amada.
Ainda em seu leito a senhora toda queimada,
pensava em não viver mais,
pois estava toda deformada,
queimara todo o seu rosto.
Chegando ao quarto de sua senhora, ela foi falando:
-Tudo bem com você meu amor?
-Sim, respondeu ele,
pena que o fogo atingiu os meus olhos
e não posso mais enxergar,
mas fique tranqüila amor
que sua beleza está gravada em meu coração para sempre.
Então triste pelo esposo, a senhora pensou consigo mesma:
"Como Deus é bom,
vendo tudo o que aconteceu a meu marido,
tirou-lhe a visão para que não presencie esta deformação em mim.
As chamas queimaram todo o meu rosto
e estou parecendo um monstro.
E Deus é tão maravilhoso que não deixou ele me ver assim,
como um monstro
Obrigado Senhor!"
Passado algum tempo e recuperados milagrosamente,
voltaram para uma nova casa,
onde ela fazia tudo para o seu querido e amado esposo,
e o esposo agradecido por tanto amor,
afeto e carinho,
todos os dias dizia-lhe:
-COMO EU TE AMO.
Você é linda demais.
Saiba que você é e será sempre,
a mulher da minha vida!
E assim viveram mais 20 anos até que a senhora veio a falecer.
No dia de seu enterro,
quando todos se despediam da bondosa senhora,
veio aquele marido com os olhos em lágrimas,
sem seus óculos escuros
e com sua bengala nas mãos.
Chegou perto do caixão,
beijou o rosto acariciando sua amada, disse em um tom apaixonante:
-"Como você é linda meu amor, eu te amo muito".
Ouvindo e vendo aquela cena
um amigo que esta ao seu lado
perguntou se o que tinha acontecido era milagre.
Pois parecia que o velhinho parecia enxergar sua amada.
O velhinho olhando nos olhos do amigo,
apenas falou com as lágrimas rolando quente em sua face:
-Nunca estive cego,
apenas fingia,
pois quando vi minha amada esposa toda queimada e deformada,
sabia que seria duro para ela continuar vivendo daquela maneira.
Foram vinte anos vivendo muito felizes e apaixonados!
Foram os 20 anos mais felizes de minha vida.
E emocionou a todos os que ali estavam presentes.

DESABAFO

Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa:

- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis ao meio ambiente.

A senhora pediu desculpas e disse:

- Não havia essa onda verde no meu tempo.

O empregado respondeu:

- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente.

- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes. Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões. Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas. Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como? Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade. Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lámina ficou sem corte. Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos.. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima. Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?

terça-feira, 12 de julho de 2011

Esse é o cara!



"O governo é para servir o povo e não o povo servir o governo".

domingo, 3 de julho de 2011

Obrigada Lucas, muito obrigada mesmo!!!

Lucas Vicente Comassetto - - Aluno de Laguna
Conhecendo uma ilusão e construindo um sonho Eu estava lendo uma postagem feita por um aluno da rede pública, postagem esta que me fez chorar. Chorar de alegria e de tristeza. Lindas palavras, lá na postagem, foram ditas. Depois de lê-la eu li os comentários dos leitores, que pelo visto eram na maioria professores. Ao ler os comentários senti que era minha obrigação escrever um comentário, ou um desabafo a eles. Então escreverei. Sempre estudei em escola pública, sempre fui encorajado e criticado pelos professores e funcionários das escolas pelas quais passei, mas um dia “recebi” um convite, convite para que eu fosse estudar em outra escola, uma escola privada, sendo que eu ganharia uma bolsa de estudos. Pensando no meu futuro resolvi aceitar o convite. Um dos motivos que me fizeram trocar de escola foi que acreditava conseguir melhores condições referentes à educação. Então lá fui eu, todo bobo, achando que eu continuaria feliz e que as coisas só melhorariam. Fiquei um mês estudando na escola pública e na escola privada, esperando o término do bimestre da escola pública para que eu pedisse a minha efetiva transferência. Depois de ter pedido a minha transferência vivenciei, na escola privada, semanas muito difíceis, diria até horríveis. Lá eu vi que o que eu tinha em mente não passava de sonhos, que a realidade era outra. Os alunos dessa escola agiam de uma forma que, a cada aula que eu assistia, mais chateado e frustrado eu me sentia. Cheguei a pensar em voltar para a escola em que eu estudava, só não fiz isso porque pensei que as pessoas ririam da minha cara, achariam que eu estava louco. Então fiquei, triste, mas fiquei. Eu via situações que ainda não tinha visto em nenhuma outra escola pela qual eu já tivesse passado, situações onde os professores era desrespeitados de uma forma que até me fazia chorar. O pior de tudo era vê-los sendo e obrigados a ficarem quietos, sem poder fazer nada. Todas essas situações obrigavam-me a refletir, a tentar descobrir o porquê daquilo tudo. Dessa forma, eu fui levando, conversando com alguns professores da escola, expondo-lhes o que eu sentia, o que eu via e achava que era errado. Foram muitas conversas sobre esses assuntos, muitas trocas de opiniões, muitos sentimentos de impotência, mas continuei firme, tentando seguir em frente. Com todos os acontecimentos na nova escola, a única coisa que eu realmente queria fazer era voltar atrás e retornar à “minha escola”. Então fiz algumas visitas a ela, conversei com os meus amigos, amigos sim, porque é dessa forma que eu via os professores, orientadores, diretores e funcionários em geral. Com todos esses sentimentos de revolta, de solidão, de tristeza, de raiva por ter feito a escolha errada eu continuei, e sempre relembrei os momentos mais felizes da minha vida, momentos em que eu vivi em escolas públicas, escolas que só me fizeram crescer. Escolas que me fizeram ser o que eu sou hoje, escolas que me tornaram um cidadão, um ser humano de verdade que possui sentimentos e que não consegue ficar quieto vendo situações que não eram para estar acontecendo. Foi nessas escolas públicas que eu descobri o que é a educação. Descobri e consegui praticá-la, não só lá, mas em todos os momentos. Hoje, vendo os professores da rede pública em greve, sinto um aperto no coração. Fico tentando imaginar o porquê de os governantes fazerem isso com os professores, o porquê de eles valorizarem dessa maneira a educação. Em meio a tantas perguntas sem respostas eu me deparo com uma afirmação: a escola pública sempre foi e sempre será a minha escola, nunca me esquecerei dela e não permitirei que ela passe pelas mesmas situações que hoje está passando, jamais. Aos professores, eu gostaria de dizer-lhes o meu muito obrigado e de poder, ao menos, dar-lhes um pouquinho de esperança. Não quero ver vocês desistindo! Não, não quero, quero que vocês sigam em frente nessa luta justa e honesta e também quero e espero que vocês sejam reconhecidos. E deixo aqui uma promessa: eu farei o possível para que tudo o que vocês fizeram por mim e por tantos outros alunos não seja em vão. Podem contar comigo e podem acreditar que vocês serão reconhecidos e receberão o valor que lhes é de direito. Agradeço por tudo, professores! Lucas Vicente Comassetto, 3º Ano do Ensino Médio – Laguna, SC

Eu, que sou professora da Escola pública estadual, sei sobre a angústia que esse aluno passou, pois lecionei um tempo em uma escola particular e sofri muitas humilhações, agressões verbais, me chamavam, até os professores e coordenadores, de professorinha do estado, MAS VOU DIZER QUE PREFIRO MIL VEZES SER A PROFESSORINHA DO ESTADO, FELIZ, DO QUE SER UMA PROFESSORA FRUSTRADA E TRISTE, E MAIS, O CONTEÚDO PROGRAMÁTICO FLUIA MAIS NO ESTADO DO QUE NO PARTICULAR, AMO , AMO, AMO A ESCOLA PÚBLICA, AMO MEUS ALUNOS, SE ESTOU EM GREVE HOJE, É PARA DAR UM BASTA EM TANTO DESVIOS DE VERBAS, DAR UM BASTA À DESVALORIZAÇÃO DO PROFESSOR, DAR MELHORES CONDIÇÕES DE ENSINO AOS ALUNOS, QUE AS VERBAS SEJAS REALMENTE PARA MELHORAR AS ESTRUTURAS DAS ESCOLAS.
PROFESSOR, EU TAMBÉM CHOREI AO LER A CARTA DE LUCAS, VALEU QUERIDO!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Parábola do Muro

Havia um grande muro separando dois grandes grupos. De um lado do muro estavam Deus, Seus anjos e pessoas leais a Ele. Do outro, satanás, seus demônios e todos os humanos que não servem a Deus. E em cima do muro havia um rapaz indeciso, que havia sido criado num lar cristão, mas que agora estava em dúvida se continuaria servindo a Deus ou se aproveitaria um pouco os prazeres da carne. Sem iniciativa, ouvia o grupo do lado de Deus gritar sem parar:
- Ei! Desce do muro agora! Vem pra cá!
Já o grupo do inimigo não gritava e nem dizia nada. Essa situação continuou por um tempo, até que o rapaz inerte resolveu perguntar ao diabo:
- O grupo do lado de Deus fica o tempo todo me chamando para descer e ficar do lado deles! Por que você e seu grupo não me chamam, nem dizem nada para me convencer a descer para o lado de vocês?
Grande foi sua surpresa quando satanás respondeu:
- É porque o muro é meu.

Autor desconhecido

domingo, 3 de abril de 2011

"Nunca se ache demais, pois tudo que é demais sobra,
tudo que sobra é resto e tudo que é resto vai para o lixo." (Anônimo)
O FRASCO DE MAiONESE E CAFÉ



Quando as coisas na vida parecem demasiado, quando 24 horas por dia
não são suficientes...Lembre-se do frasco
de maionese e do café.

Um professor, durante a sua aula de filosofia sem dizer uma palavra, pega num frasco de maionese e esvazia-o...tirou a maionese e encheu-o com bolas de golf.
A seguir perguntou aos alunos se o Frasco estava cheio. Os estudantes responderam sim.
Então o professor pega numa caixa cheia de pedrinhas e mete-as no frasco de maionese. As pedrinhas encheram os espaços vazios entre as bolas de golf.
O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a dizer que sim.
Então...o professor pegou noutra caixa...uma caixa cheia de areia e esvaziou-a para dentro do frasco de maionese. Claro que a areia encheu todos os espaços vazios e uma vez mais o pofessor voltou a perguntar se o frasco estava cheio. Nesta ocasião os estudantes responderam em unânime "Sim !".
De seguida o professor acrescentou 2 xícaras de café ao frasco e claro que o café preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes nesta ocasião começaram a rir-se...mas repararam que o professor estava sério e disse-lhes:


'QUERO QUE SE DÊEM CONTA QUE ESTE FRASCO REPRESENTA
A VIDA'.
As bolas de golf são as coisas Importantes:
como a FAMÍLIA, a SAÚDE, os AMIGOS, tudo o que você AMA DE VERDADE.
São coisas, que mesmo que se perdessemos todo o resto, nossas vidas continuariam cheias.

As pedrinhas são as outras coisas
que importam como: o trabalho, a casa, o carro, etc.
A areia é tudo o demais,
as pequenas coisas.

'Se puséssemos 1º a areia no frasco, não haveria espaço para as pedrinhas nem para as bolas de golf.
O mesmo acontece com a vida'.

Se gastássemos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teríamos lugar para as coisas realmente importantes.

Preste atenção às coisas que são cruciais para a sua Felicidade.

Brinque ensinando os seus filhos,
Arranje tempo para ir ao medico,
Namore e vá com a sua/seu namorado(a)/marido/mulher jantar fora,
Dedique algumas horas para uma boa conversa e diversão com seus amigos
Pratique o seu esporte ou hobbie favorito.


Haverá sempre tempo para trabalhar, limpar a casa, arrumar o carro...
Ocupe-se sempre das bolas de golf 1º, que representam as coisas que realmente importam na sua vida.
Estabeleça suas prioridades, o resto é só areia...

Porém, um dos estudantes levantou a mão e perguntou o que representaria, então, o café.

O professor sorriu e disse:
"...o café é só para vos demonstrar, que não importa o quanto a nossa vida esteja ocupada, sempre haverá espaço para um café com um amigo. "
ENVIA ESTE MAIL
A TODAS AS PESSOAS QUE APRECIAS,
INCLUINDO A MIM,
ASSIM SABEREI
QUE TENHO UM LUGAR NO FRASCO DA TUA VIDA.
Essa é a verdadeira mensagem de Cristo

(História Verídica)



Ricardinho
não agüentou o cheiro bom do pão e falou:


- Pai, tô com fome!!!


O pai, Agenor , sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência....


- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai!!!


Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente...


Ao entrar dirige-se a um homem no balcão:


- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois sai cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!!!



Amaro , o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho...


Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão, bife e ovo...


Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua...


Para Agenor , uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá....


Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada...


A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos melhores, e lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades...


Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:


- Ô Maria!!! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?!?!


Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer...


Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho...


Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas...


Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório...


Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de
pequenos 'biscates aqui e acolá', mas que há 2 meses não recebia nada...


Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias...


Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho...


Ao chegar em casa com toda aquela 'fartura', Agenor é um novo homem sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso...


Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores...


No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho...


Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando...


Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele
chamava-o para ajudar aquela pessoa...


E, ele não se enganou - durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres...


Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar...


Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta...


Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula...


Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros , advogado, abrindo seu escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro...


Ao meio dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o 'antigo funcionário' tão elegante em seu primeiro terno...


Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço...



Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho , o agora nutricionista Ricardo Baptista...


Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um...


Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que a mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido...


Ricardinho , o filho mandou gravar na frente da 'Casa do Caminho', que seu pai fundou com tanto carinho:


'Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço.. Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma.. E, que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar!!!'




Se acharem que vale a pena repassem, pois nunca é tarde para começar e sempre é cedo para parar!!!


Que Deus te abençoe poderosamente lhe concedendo o dom de servir e da fé.

Amém!

terça-feira, 29 de março de 2011

“Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir.”
(Winston Churchill)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

“Família é prato difícil de preparar"


(de "O Arroz de Palma", de Francisco Azevedo)

Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo. Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.

E você? É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho? Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo. Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida. Não há pressa. Eu espero. Já estão aí? Todas? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza.


Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.


Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional.


Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.
O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini; Família à Belle Meunière; Família ao Molho Pardo, em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é “à Moda da Casa”. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.


Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.

Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.