terça-feira, 14 de dezembro de 2010


Moral da História: " Nunca é possível agradar a todos... "


Leia até o final! (EXCELENTE).


Patrícia Gomes - Diretora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS.
Data: 01 de dezembro
Assunto: Festa de Natal

Tenho o prazer de informar que a festa de Natal da empresa será no dia 23 de dezembro, com início ao meio-dia, no salão de festas privativo da Churrascaria Grill House. O bar estará aberto com várias opções de bebidas. Teremos uma pequena banda tocando canções tradicionais de natal... Sinta- se à vontade para se juntar ao grupo e cantar! A árvore de Natal terá suas luzes acesas às 13:00. A troca de presentes de amigo secreto pode ser feita a qualquer momento, entretanto, nenhum presente deverá exceder R$20,00, a fim de facilitar as escolhas e adequar os gastos a todos os bolsos.
Boas festas para vocês e suas famílias,
Patrícia
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Patrícia Gomes - Diretora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS.
Data: 02 de dezembro
Assunto: Festa de Natal

De maneira alguma nosso memorando de 01 de dezembro pretendeu excluir nossos funcionários judeus! Reconhecemos que o Chanukah é um feriado importante e que costumam coincidir com o Natal, mas isso não aconteceu este ano. De qualquer forma, passaremos a chamá-la de 'Festa de Final de Ano'. A mesma política se aplica a todos os outros funcionários que não sejam cristãos e àqueles que ainda celebram o Dia da Reconciliação.
Não haverá árvore de Natal. Nada de canções de natal nem coral.
Teremos outros tipos de música para seu entretenimento.
Felizes agora?
Boas festas para vocês e suas famílias,
Patrícia
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Patrícia Gomes - Diretora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS.
Data: 03 de dezembro
Assunto: Festa de Natal

Com relação ao bilhete que recebi de um membro do Alcoólicos Anônimos solicitando uma mesa para pessoas que não bebem álcool... Você não assinou seu nome! Fico feliz em atender o pedido, mas se eu puser uma placa na mesa 'Exclusivo para AA', vocês não serão mais anônimos... Como faço então? Nenhuma troca de presentes será permitida, uma vez que os membros do sindicato acham que R$20,00 é muito dinheiro e os executivos acham que $20,00 é muito pouco para um presente.
NENHUMA TROCA DE PRESENTES SERÁ PERMITIDA, certo?
Patrícia
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Patrícia Gomes - Diretora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS OS FUNCIONÁRIOS.
Data: 07 de dezembro
Assunto: Festa de Natal

Eu não sabia que no dia 20 de dezembro começa o mês sagrado do Ramadan para os muçulmanos, que proíbe comer e beber durante as horas do dia. Talvez a Churrascaria Grill House possa segurar o serviço de bufê até o fim do dia - ou então, embalar tudo para que vocês levem para casa nas marmitas. O que vocês acham disso?
Novidades: neste meio tempo, consegui que os membros do Vigilantes do Peso sentem o mais longe possível do bufê de sobremesas; as mulheres grávidas sentem-se o mais perto possível dos banheiros; teremos assentos mais altos para pessoas baixas e comida com baixa-caloria estará disponível para os que estão de dieta.
Nós não podemos controlar a quantidade de sal utilizada na comida.
Desta forma, sugerimos para estas pessoas com pressão alta provar o gosto primeiro. Haverá frutas frescas de sobremesa para os diabéticos. O restaurante não dispõe de sobremesas sem açúcar.
Nossas profundas desculpas.
Esqueci de alguma coisa?
Patrícia
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Patrícia Gomes - Diretora de Recursos Humanos
COMUNICADO PARA TODOS FILHOS DA PUTA QUE TRABALHAM NESTA EMPRESA.
Data: 08 de dezembro
Assunto: Festa de Natal DO CARALHO
Vegetarianos! ?!?!??! Sim, vocês também tinham que dar sua opinião de merda ou reclamar de alguma coisa!!! Nós manteremos o local da festa na Churrascaria Grill House; quem não gostar, foda-se! Então, como alternativa, seus putos, vocês podem sentar-se quietinhos na mesa mais distante possível da tal 'churrasqueira da morte' - como vocês se referiram de forma bastante depreciativa ao utensílio. E vocês terão também sua mesa de saladas de merda, incluindo tomates hidropônicos da casa do caralho & arrozinho grudento pra comer de pauzinho. Aqueles que, naturalmente, ainda não gostaram, podem enfiar tudo no cu.
Ah, espero que vocês todos tenham uma bosta de festa de final de ano!
E que dirijam muito, muito bêbados e morram todos, todinhos esturricados por aí.
Escutaram?
A Vaca, diretamente da puta que os pariu.
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Dr. Pacheco - Diretor de Recursos Humanos INTERINO
COMUNICADO PARA TODOS OS funcionários
Data: 10 de dezembro
Assunto: Patrícia Gomes e Festa de Final de Ano

Tenho certeza que falo por todos desejando para a Patrícia um rápido restabelecimento para sua crise de stress.
Por conta deste fato, a diretoria decidiu cancelar a Festa de Final de Ano e dar folga remunerada para todos na tarde do dia 23 de dezembro.
Boas Festas,
Victor

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010


João Ubaldo Ribeiro

"Precisa-se de Matéria Prima para construir um País"

A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique.

Agora dizemos que Lula não serve. E o que vier depois de Lula também não servirá para

nada...

Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no ladrão corrupto

que foi Collor, ou na farsa que é o Lula. O problema está em nós. Nós como POVO.

Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a

"ESPERTEZA“ é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar.

Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada

do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como

em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal

E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as "EMPRESAS PRIVADAS" são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos...

E para eles mesmos. Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu

"puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto

de renda para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia,onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar o que não tem, encher o saco do que tem pouco e beneficiar só a alguns.

Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser "comprados",

sem fazer nenhum exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma

criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar.

Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país

onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes.

Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os

homens e mulheres de que nosso País precisa.

Esses defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em

pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte...

Entristeço-me. Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente

que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo,

somos nós mesmos.

E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor. Mas

enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa?

Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?

Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados...

Igualmente sacaneados! É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilinidade

autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a

coisa muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias. Nós temos que mudar! Um novo governante com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada..

Está muito claro... Somos nós os que temos que mudar. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe)

que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido. Sim, decidi procurar o

responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.

MEDITE!!!" É O QUE EU SEMPRE DIGO. O GOVERNO SOMOS NÓS, OS POLÍTICOS, NEM TANTO ASSIM.” (PAULO BUSKO)

E eu acrescento: o que nos falta é EDUCAÇÃO!


Conta-se que três homens ficaram presos numa caverna devido a uma avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer para receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira, ao redor da qual, se aqueciam. Se o fogo apagasse, eles sabiam que todos morreriam de frio antes que o dia amanhecesse.

Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira, era a única maneira de sobreviver. O primeiro homem era um rico, avarento. Olhou para seus companheiros e pensou: eu dar minha lenha para aquecer esses preguiçosos, esta lenha para mim tem muito valor e pode gerar lucros. E pensando assim, não colocou sua lenha. O segundo era homem da montanha e conhecia mais que aos outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Na hora de colocar a sua lenha pensou: essa nevasca pode durar vários dias e eu vou guardar minha lenha, pois posso precisar dela. E pensando assim, também não colocou sua lenha. O terceiro homem era um trabalhador, tinha as mãos calejadas, sinal da sua vida dura de trabalho. E na hora de colocar a sua lenha pensou: esta lenha é minha, custou o meu trabalho e não darei a ninguém nem sequer um graveto dela.

Guiados por esses pensamentos, os três homens permaneceram imóveis diante da última brasa da fogueira que se apagou. No dia seguinte, quando o socorro chegou os três estavam mortos e congelados. Cada um com o feixe de lenha nas mãos. O chefe da equipe de resgate diante do fato comentou: O frio que os matou não foi o frio da neve, mas o frio dos seus corações.

Uma professora de português pediu à amiga escritora

que criasse um conto ou crônica

utilizando as novas regras ortográficas

para trabalhar com

seus alunos adolescentes.

A escritora, depois de muito relutar, acabou

cedendo aos insistentes apelos da amiga.

No dia da apresentação da aula, os alunos estavam

mais dispersos que o normal. A professora chegou a

pensar em mudar o tópico mas as férias estavam chegando

e a matéria andava atrasada.

A professora notou que aos poucos seus alunos participavam

da aula, fazendo comentários ou complementando

alguma parte do texto.

Durante as aulas que vieram depois, surgia

um comentário ou outro que trazia a

crônica novamente à baila, que era rapidamente

integrada à matéria do dia. A turma evoluiu.

As provas mostraram que as novas regras ortográficas

foram bem assimiladas pela turma, que obteve

a melhor média de notas da escola.

Outra professora resolveu utilizar a crônica

em outra escola. O resultado foi animador.

A crônica

“Como será daqui pra frente?”

Estive vendo as novas regras da ortografia.

Na verdade, já tinha esbarrado com elas

trilhares de vezes, mas apenas hoje que

as danadas receberam uma educada

atenção de minha parte.

Devo confessar que não foi uma ação espontânea.

Que eu me lembre, desde o ano retrasado que

uma amiga me enche o saco para escrever a

respeito. O faço com a esperança de que diminua

o volume de e-mails e torpedos que ela me envia.

Em suma, que as novas regras ortográficas a

mantenham sossegada por um bom tempo.

Cai o trema!

Aliás, não cai... Dá uma tombadinha.

Linguiça e pinguim ficam feios sem ele

mas quantas pessoas conhecemos

que utilizavam o trema a que

eles tinham direito?

Essa espécie de "enfeiação" já vinha sendo

adotada por 98% da população

brasileira. Resumindo,

continua tudo como está.

Alfabeto com 26 letras?

O K e o W são moleza para qualquer internauta,

que convive diariamente com Kb e Web-qualquercoisa.

A terceira nova letra de nosso alfabeto tornou-se

comum com os animes japoneses, que

tem a maioria de seus personagens e

termos começando com y. Esta regra

tiramos de letra.

O hífen é outro que tomba mas não cai.

Aquele tracinho no meio das vogais, provocando

um divórcio entre elas, vai embora. As vogais agora

convivem harmoniosamente na mesma

palavra.

Auto-escola cansou da briga e passou a ser autoescola,

auto-ajuda adotou autoajuda.

Agora, pasmem!

O que era impossível tornou-se realidade.

Contra-indicação, semi-árido e infra-estrutura

viraram amantes, mais inseparáveis que nunca.

Só assinam contraindicação, semiárido e infraestrutura.

Quem será o estraga-prazer a querer afastá-los?

Epa! E estraga-prazer, como fica?

Deixa eu fazer umas pesquisas básicas pela Internet.

Huuummm... Achei!

Essas duas palavrinhas vivem ocupadíssimas,

cada uma com suas próprias obrigações.

Explicam que a sociedade entre elas não passa

de uma simples parceria. Nem quiseram se

prolongar no assunto. Para deixar isso bem

claro, vão manter o traço.

Na contra-mão, chega um paraquedista

trazendo um paralama, um

parachoque e um parabrisa - todos sem tracinho.

Joguei tudo no porta-malas pra vender no

ferro-velho. O paraquedista com cara de

pão de mel ficou nervoso. Só acalmou quando

o banhei com água-de-colônia numa

banheira de hidromassagem.

Então os nomes compostos não usam mais hífen?

Não é bem assim.

Os passarinhos continuam com seus nomes:

bem-te-vi, beija-flor. As flores também

permanecem como estão: mal-me-quer.

Por se achar a tal, a couve-flor recusou-se a

retirar o tracinho e a delicada erva-doce

nem está sabendo do que acontece

no mundo do idioma português e vai

continuar adotando o tracinho.

As cores apelaram com um papo estranho sobre

estarem sofrendo discriminações sexuais e

conseguiram na justiça, o direito de gozarem

com o tracinho. Ficou tudo rosa-choque,

vermelho-acobreado, lilás-médio...

As donas de casa quando souberam da vitória da

comunidade GLS, criaram redes de novenas

funcionando por 24hs, para que a feira não se

unisse sem cerimônia aos dias da semana. Foram atendidas

pelo próprio arcanjo Gabriel que fez uma aparição

numa das reuniões, dando ordens ao estilo Tropa de Elite:

- Deixe o traço!

Deu certo. As irmãs segunda-feira, terça-feira e as demais,

mantiveram o hífen.

Os médicos e militares fizeram um lobby, gastaram

uma nota preta pra manter o tracinho. Alegaram que

sairia mais caro mudar os receituários e refazer as fardas:

médico-cirurgião, tenente-coronel, capitão-do-mar.

Uma pequena pausa para a cultura, ocasionada pelo

trauma de ler muitas pérolas do Enem e

Vestibular. Só por precaução...

Almirante Barroso não tem tracinho. Assim era chamado

Francisco Manuel Barroso da Silva. Sim, o cara era

militar da Marinha Imperial. Foi ele quem conduziu a

Armada Brasileira à vitória na Batalha do Riachuelo,

durante a Guerra da Tríplice Aliança.

No centro do Rio de Janeiro há uma avenida com seu nome

(Av. Almirante Barroso). Na praia do Flamengo, há um

monumento, obra do escultor Correia Lima, em cuja

base se encontram os seus restos mortais. Fim da pausa!

Acho que algumas regras pra este tracinho, até que simpático,

foram criadas por algum carioca apaixonado. Será que

Thiago Velloso e André Delacerda tiveram alguma participação

nas novas regras?

O R no início das palavras vira RR na boca do carioca.

Não pronunciamos R (como em papiro, aresta e arara),

pronunciamos RR (como em ferro, arraso e arremate).

Falamos rroldana e não roldana, rrodopio e não rodopio,

rrebola e não rebola.

Pois bem, numa das tombada do hífen, o R dobra e

deixa algumas palavras com jeito carioca de ser:

autorretrato, antirreligioso, suprarrenal. Será fácil lembrar

desta regra. Se a palavra antes do tracinho (nem vou falar em

prefixo) terminar com vogal e a palavra seguinte começar com

R é só lembrar dos simpáticos e adoráveis cariocas.

Mais uma coisinha: a regra também vale para o S. Fico até

sem graça de comentar isso, pois todos sabemos que o S é

um invejoso que gosta de imitar o R em tudo. Ante-sala vira

antessala, extra-seco vira extrasseco e por aí vai...

Quem segurou mesmo o hífen, sem deixá-lo cair, foram os

sufixos terminados em R, que acompanham outra palavra

iniciada com R, como em inter-regional e hiper-realista.

Estes tracinhos continuarão a infernizar os cariocas.

O pré-natal esteve tão feliz, rindo o tempo todo

com o pós-parto de uma camela pré-histórica que

ninguém teve coragem de tocar no tracinho deles.

Já o pró - um chato por natureza, foi completamente

ignorado. Só assim manteve o tracinho:

pró-labore, pró-desmatamento.

A vogal e o h não chegaram a nenhum acordo, mesmo com

anos de terapia. Permanecem de cara virada um pro outro:

anti-higiênico, anti-herói, anti-horário. Estou

começando a achar que as vogais são semi-hostis

com as consoantes...

O interessante é que as vogais quando estão próximas

umas das outras, não tem essa de arquiinimigas. Fizeram

lipo juntas e conquistaram uma silhueta antiinflacionária de

microorganismo. Sumiram todos os tracinhos, notaram?

Vogal-vogal, com as novas regras ficam magrinhas:

microondas, antiibérico, antiinflamatório, extraescolar...

Uma inovação interessante:

- Podem esquecer o mixto , ele foi sumariamente

despedido. Puseram o misto no lugar dele.

Fiquei bolada com essa exceção: o prefixo co não usa mais

hífen. Seguiu os exemplos de cooperação e

coordenado, que sempre estiveram juntas.

Não estou me lembrando no momento, de

nenhuma palavra que use co com tracinho.

Será que sempre escrevi errado?

Quem diria que o créu suplantaria a ideia!? Teremos que

nos acostumar com as ideias heroicas sem o acento agudo.

Rasparam também o acento da pobre coitada da jiboia.

O acento do créu continua porque tem o U logo depois.

Pelo menos a assembleia perdeu alguma coisa...

Resta o consolo em saber que continuamos vivendo

tendo um belíssimo céu como chapéu.

Trabalho apresentado pelos alunos da

7ª série, turma 703:

Renata, Marcela, William, Yasmine e Jeffrei

Professora: Cecília

Semana da Língua Portuguesa

Colégio Bom Pastor

junho/2008

Crônica “Como será daqui pra frente?”

De: Elida Kronig

Aplicada pelas professoras Maria Helena e Cecília com sucesso aos alunos das turmas do

- Centro Comunitário Meninos de Deus

- Jardim Escola João Vicente

- Colégio Bom Pastor

- Colégio Prof. Francisco Barros

- Centro Educacional Bom Saber

e tem sido um valioso auxiliar nas palestras e seminários de atualização da Língua Portuguesa.

Esta foi a maneira que encontramos de homenagear

a escritora Elida Kronig, por ter tornado a matéria

mais fácil pra gente.